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O que você quer ser quando crescer?


Quando é que desistimos de nossos sonhos? Em qual momento da nossa vida deixamos de lado aquele sonho "infantil" de ser jogador de futebol, ou astronauta, médico ou professor? Em muitos casos, é claro que a mudança de sonho é um processo natural de descoberta de outras tantas profissões existentes e pelas quais podemos nos encantar. Mas quantas vezes não ouvimos de alguns que tinham o sonho ali à vista e acabaram abandonando, pois "não dava para conciliar com a faculdade"?


É evidente na nossa sociedade brasileira, por exemplo, que a maioria esmagadora de jogadores de futebol é advinda de classes menos privilegiadas, justamente porque, conforme se diz, eles têm "menos a perder"!


O que me intriga nessa colocação é que, ao pensar que temos menos a perder, estamos colocando a perder o mais importante: nossa vocação; nosso sonho! O que é mais importante do que isso?


O futebol aqui é apenas uma metáfora para aquele momento em que olhamos para frente e escolhemos o caminho teoricamente mais seguro justamente por esse medo de perder algo, de se arriscar e não dar certo, e claro: muita, muita pressão familiar e social.


Me sinto confortável ao analisar essa questão pois segui uma carreira tradicionalmente vista como segura. Fiz Direito, mas ao contrário da maioria dos meus colegas, esse sempre foi o meu sonho e sempre fiquei intrigada ao observar pessoas que não tinham o menor interesse, vocação e muito menos talento, se arrastando na faculdade e depois na profissão sob o argumento da segurança: "vou fazer o que? Vender coco na praia? Ser manicure?" E aí vem o mais intrigante de tudo: poucos se atentavam que exercer a advocacia de forma medíocre te rende financeiramente menos do que qualquer uma dessas atividades que eu descrevi quando feitas com paixão e interesse.


O que aconteceria de tão trágico se ao invés de entrar na faculdade aos 17 entrássemos aos 22 ou mais, após ter tentado ir atrás de um sonho (que pode ou não dar certo!?) ? O que aconteceria de tão péssimo se fossemos atrás de nossos sonhos como se "não tivéssemos nada a perder"?


Cada vez mais me convenço de que não há profissão ou caminho seguro. O sucesso pode vir de qualquer ofício quando bem feito e a recíproca é verdadeira, no que diz respeito ao fracasso.

Mas um indicador mais importante do que fracasso ou sucesso é o quanto nos sentimos felizes com o que fazemos. O mais importante é não sentar no sofá, olhar para a Seleção Brasileira hoje e pensar em um suspiro: "Ahhhh se eu não tivesse tido tanto a perder..."


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