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Uma vez no Chile...

Não me lembro quantos anos eu tinha a primeira vez que li a Casa dos Espíritos. Talvez 8, talvez 10. Também não sei quantas vezes assisti ao filme. Talvez 10, talvez 20.

De Isabel Allende já li quase tudo e leio mais sempre que possível e era pela escrita deliciosa dela que eu imaginava o Chile. Foi com Pedro que tive meu primeiro contato com o tema socialismo e com Blanca que imaginei pela primeira vez o drama de um amor “caliente” (o que se refletiu em boa parte das minhas “obras literárias” durante os anos de 1995 e 1996). Foi Alba a que mais me fez chorar e até pouco era minha personagem preferida do universo de Isabel.

Foi especial vir neste momento da minha vida, das nossas vidas. Era uma viagem desejada e planejada há tanto tempo, mas por alguma razão sempre postergada. Hoje sei: vim quando precisava vir.


Vim para me emocionar pela manhã com Neruda, aquele comunista sonhador que escrevia poemas que embelezam o mundo e com a estátua de Salvador Allende a tarde, aquele líder que acreditava na igualdade, no socialismo e na democracia como se não fossem incompatíveis. Eu sabia que não estava só nesse devaneio.

Vim para confirmar que a maneira de um povo aprender com a sua história é respeitá-la e não brincar com ela. Não fazer pouco caso de suas tragédias e nem ser condescendente com assassinos e torturadores.

Vim para, olhando a imponência da Cordilheira me lembrar, como disse Allende, que “a história os julgará!”


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